DEUS RESTAUROU MEU MARIDO
JANAÍNA APOLINÁRIO
São Paulo capital
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Jó 8.21-22
Mas, quanto á você, Ele encherá de riso a sua boca e de brados de alegria os seus lábios.
Seus inimigos se vestirão de vergonha, e as tendas dos ímpios, não mais existirão.
Essa foi a promessa que Deus me deu em um momento de angústia e que guardei em meu coração. E Ele cumpriu o que prometeu!
Antes de relatar minha história, quero agradecer ao Senhor, por Sua misericórdia em minha vida, na vida do meu marido e dos nossos filhos. O Senhor cuidou de cada detalhe, mesmo quando a tristeza não me permitia enxergar isso. Foi difícil, doloroso e humilhante, mas, o Senhor honrou e mudou nosso caráter e nossa história.
Agradeço também ao Pr Henrique Lino do Ministério Atalaia, que não me deixou desistir (e foram várias as tentativas), sempre me trazendo uma palavra vinda de Deus, orando, exortando, ensinando e nunca duvidando do poder de Deus. Agradeço também meus amigos Sueli e Airton que ficaram durante todo esse período orando comigo; Tatiane, Fernanda e Luciano que muitas vezes foram usados por Deus com palavras de incentivo e em outras, apenas me cederam seu precioso tempo para me ouvir; logo quero ver o testemunho de vocês também.
O testemunho é longo, mas, sei o quanto eles me ajudaram (e ainda ajudam) nos momentos de dúvidas e aflições.
Nos casamos em 2005, depois de um ano de namoro. Éramos completamente diferentes e meus pais e até nosso pastor, não eram muito favoráveis ao nosso relacionamento por isso. No dia do casamento eu já imaginei o que enfrentaria, pois na festa mesmo, meu marido já foi grosseiro comigo na frente de convidados. Com dois meses de casamento, foi a primeira tentativa de divórcio e partiu de mim, pois ele era extremamente grosseiro, indelicado. Nada estava bom: a comida era ruim, a limpeza da casa, eu era feia, magra, chata e ele não falava comigo, só ficava na televisão até madrugada e aos finais de semana me deixava sozinha para ficar com amigos. Ele ficou assustado com o pedido de divórcio, mas, disse que não queria separar-se. Resolvi tentar mais um pouco. Nada mudou. Ele continuava pior, só não me agredia fisicamente, mas, todos os tipos de humilhação eu sofria. Tornei-me o homem da casa e logo fui ficando amarga, arrogante, e comecei também a feri-lo, menosprezando-o como homem em todos os sentidos. O clima era horrível e era nítido para todos nossa infelicidade.
Além disso, ele não queria filhos, dizia que para ele filho era “lixo” e que eu nem tentasse ficar grávida que ele não aceitaria e iria embora. Foi outra dor, porque ele me enganou quanto a isso, sempre disse que queria ter um filho antes de nos casarmos e assim que casamos, mudou o discurso.
Depois de 2 anos de casamento, cometi um grande erro: vendi o apartamento e comprei uma casa maior na rua de cima da casa dos meus pais (a bíblia já nos diz que o homem “deixará pai e mãe”…). Com a aquisição dessa casa, minha mãe estava sempre presente e via como ele me tratava e começaram a se atacar e se odiar. Ninguém da minha família gostava dele, pois ele era muito indelicado com todos e ninguém queria nos visitar. Nesse período, ele resolveu trabalhar em outra cidade, sem me comunicar, simplesmente pediu as contas do trabalho e foi e só vinha nos finais de semana. Fiquei muito chateada com essa atitude também. Mesmo vindo somente nos finais de semana, sempre preferia ficar com os amigos e me deixava sozinha e eu fui me acostumando e gostando de viver sozinha e pela segunda vez pensei no divórcio e cheguei a procurar advogados, etc, mas, quando estava pronta para falar com ele, descobri que estava grávida e então resolvi comunica-lo (já presumindo que ele não queria saber, pelo que havia dito), mas, ele ficou assustado e disse que ficaria do meu lado, pois era uma gestação de altíssimo risco. Graças a Deus, nossa filha nasceu saudável em 2009 e ele apaixonou-se por ela, e eu desisti do divórcio pois, não queria privar minha filha da convivência do pai, mas, continuamos com um casamento muito difícil.
Fui me sentindo cada dia mais cansada da responsabilidade e ele cada vez mais ausente e grosseiro e eu não tinha vontade de ir para casa depois do trabalho. Ele voltou a trabalhar em nossa cidade e continuamos arrastando, trocando humilhações, cada um com seus amigos, cada um com seus bens, cada um com seu dinheiro.
Em Setembro/2014 descobri a segunda gravidez e dessa vez, ele ficou muito bravo e chegamos a ter discussões calorosas. Achei que logo ele se acostumaria com a ideia como da primeira vez. Em Dezembro viajei para visitar alguns parentes e ele não quis ir junto, o que era estranho, pois, sempre me acompanhava e quando ele foi buscar eu e nossa filha na rodoviária, vi ali, pela primeira vez o que é a ação de satanás na vida de um homem. O semblante dele estava pior, mais, duro, o olhar não era o dele e pela primeira vez o vi maltratar nossa filha. Chegando em casa, ele ficou na garagem e não entrava e parecia que Deus me impulsionava a abrir o guarda-roupas dele (coisa que nunca fiz, pois tínhamos um acordo de um não tocar nas coisas do outro) e vi ali que num dia que ele havia dito que estava trabalhando, na verdade, esteve no cinema e numa lanchonete. Confrontei-o e nesse dia, começou oficialmente meu deserto: ele me disse que não aceitava a criança e que eu estava morta para ele desde que apareci com o teste positivo de gravidez e que ele havia planejado me deixar, assim que o menino nascesse. Ali eu desmoronei, pois nunca me passou pela cabeça um plano tão cruel, mas, não teve acordo, ele estava decidido.
Permaneceu em casa por mais alguns dias, chegando no horário que queria (sempre de madrugada) e dizendo que estava procurando um lugar para ficar. Eu fiquei arrasada. Minha família toda tinha viajado para passar o natal em outro estado e levaram minha filha e fiquei sozinha com ele. Foi o pior natal da minha vida: ele se arrumou e saiu e me deixou sozinha em casa. No dia seguinte, resolvi encontrar minha família e quando achei que poderia me acalmar e ter apoio, foi pior: todos me dizendo para me divorciar, que eu estava tendo um livramento. Resolvi então orar a Deus para ver se a vontade d’Ele era o divórcio (oração estupida e sem sentido) e abri num vídeo do Pr Josué Gonçalves dizendo que Deus odeia o divórcio.
Meu marido continuou cada dia pior e minha família, principalmente minha mãe me pressionando a pedir o divórcio. Meus líderes na igreja também me dizendo que o casamento tinha acabado, que só por ele tentar me deixar, a aliança já tinha sido quebrada e eu já era livre para um novo relacionamento, mas, eu não entendia dessa forma e sabia que Deus não queria isso para nós. Ele saiu de casa no dia 02/01/2014 e eu fiquei arrasada, sem notícias. Dali três dias, ele sofreu um acidente de carro e me ligou para ajuda-lo e começamos a conversar e depois de 19 dias, ele voltou para casa. Fiquei aliviada e glorificando ao Senhor. Ele voltou para casa numa quinta-feira e na sexta-feira quando liguei para ele já estava com a voz diferente no telefone e chegou do trabalho meia noite, no dia seguinte, ficou na rua até madrugada e cada dia pior, mais distante. Foram aumentando as mentiras, as humilhações, chegou a agredir nossa filha por maldade (coisa que nunca teria feito, pois ele sempre a mimava), tornou-se um homem cruel, mentiroso e sentia prazer em nos maltratar.
Eu fui me acabando. Ao invés de engordar na gestação, comecei a perder peso, não dormia, tinha crises nervosas, faltava no trabalho. Tive sérias discussões com minha mãe a ponto de ter que expulsá-la da minha casa e ouvi de todos, inclusive da mãe dele que deveria deixa-lo porque ele não tinha jeito. A mãe dele me disse que eu não precisava me sujeitar e que ela tinha vergonha de tê-lo como filho.
Ele começou a dormir fora de casa, sempre alegando que não suportava a ideia da gravidez, fazendo eu me sentir culpada e sem coragem de viver. Eu orava, jejuava, fazia campanhas, conversava com pessoas de Deus, mas, parecia que nada adiantava, que a dor só crescia. Ele chegou a ficar fora de casa por dias, e quase demos parte na delegacia por desaparecimento e ele na rua bagunçando com os amigos. Dizia sempre que não existia OM, que o problema era a gravidez mesmo.
Então no dia 22/04/2015, cheguei do trabalho, depois dele desaparecido por três dias e encontrei o armário dele vazio. Saiu sem dar satisfações, como se fôssemos lixo. Eu fiquei arrasada, mas, entendi também que ali Deus estava começando a tratar com ele também.
Ele não deixou endereço, vinha de vez em quando e me disse que na hora do parto era para chamar algum vizinho que eu não era problema dele. Para encurtar um pouco a história, Deus acabou movendo e ele me levou para a maternidade e entrou até na sala de parto, embora não tenha conseguido ficar até o final. Quando ele nos trouxe da maternidade, tentei conversar com ele, mas, foi irredutível e disse uma infeliz frase: “Deus pode fazer o que quiser comigo, pra cá eu não volto, nem morto”. Ele me disse isso na sexta-feira. Na segunda-feira, por volta de 18:20hrs, ele me ligou dizendo que havia sido demitido e isso foi só o começo do que aconteceu na vida dele.
Quanto ao nosso bebê, ele nem olhava para o rosto da criança, não perguntava nada e disse um dia que para ele o menino era uma afronta. Muitas noites eu via meu filho dormindo e chorava sobre o berço pensando que meu filho nunca teria um pai.
Em Junho/2015, ele mesmo me contou sobre a OM porque não tinha mais mentiras para inventar e eu fiquei arrasada, embora sempre houvesse a desconfiança que não era somente a gravidez que o havia tirado de nós.
Abro aqui um parêntese sobre algo importante que é a condição financeira em pessoas que estão no adultério. A bíblia diz que por causa de uma prostituta se chega a pedir um bocado de pão. Ele perdeu um emprego no qual era gerente, tinha um salário razoável e era amigo do patrão. Era impossível ele ter sido demitido, mas, foi. Além disso, estourou o limite de todos os cartões de crédito, perdeu um carro, atrasou as parcelas de outro. Tinha alugado e mobiliado uma casa para viver com a OM e teve que devolver a casa. Pegou tudo e mudou para o interior com ela e tudo deu errado: nem escola para o filho dela na outra cidade conseguiram, e tiveram que retornar e viver de favor na casa de parentes dela. Meu marido dormia no chão num colchão inflável; quando chovia na casa, eles nem dormiam, porque chovia na casa toda. Todas as portas de emprego fechadas, os móveis que ele comprou se deteriorando, tudo dando errado e ele entrando em desespero e dizendo que não voltaria atrás, que apenas queria ser feliz e que estava bem com Deus. Adquiriu uma dívida altíssima e impagável para alguém desempregado e entrou em desespero, literalmente no fundo do poço. A OM também ficou desempregada e tudo dando errado para eles em todos os sentidos e Deus mandando profetas para falar com ele que não adiantava tentar que não daria certo e eles quebrando a cara para todos os lados.
Enquanto isso, ficamos mais de três meses sem notícias dele, sem ajuda financeira para as crianças, nada. Mas, Deus cuidou de nós. Reformei minha casa, troquei móveis, eletrodomésticos, fiz dormitório planejado para as crianças, recebi aumento de salário que era exatamente o valor das contas que ele estaria pagando. Enfim, Deus cuidou de nós. O difícil, foi a parte emocional: eu e nossa filha chorávamos muito, eu pensei várias vezes em desistir e não via esperanças porque ele se mostrava cada dia mais distante e decidido.
Eu não ligava, não mandava mensagens, não procurava nenhum tipo de notícias dele, somente buscava em Deus com as orientações do Pr Lino, seguir minha vida cuidando dos nossos filhos.
Em Novembro/2015, fiz um jejum de 21 dias com duas outras mulheres e no final desse jejum recebi uma mensagem do meu marido pedindo oração, pois ele queria muito sair de onde estava para visitar nossa filha e não conseguia, sempre “algo” o impedia. Me disse também na mensagem que não tinha conseguido dormir pensando no que havia feito conosco e que sentia saudades de todos. Fiz outro jejum para que ele conseguisse vir em casa nos visitar porque a ação de satanás era tanta que ele chorava de saudades da nossa filha e não conseguia sair da casa. Ele veio nos ver e me disse que queria voltar para casa e que era para eu ir orando que até o natal ele queria resolver a situação e voltar (era 20/11).
Ele não tinha me pedido perdão, mas, eu não estranhei porque ele nunca foi de voltar atrás mesmo quando estava errado.
Ele veio na véspera de natal, mas, ainda não conseguia se desvincular da OM. Estava com as roupas dele todas no porta malas, mas, não conseguia ficar em casa. Na véspera de natal, ele me disse que iríamos juntos para a praia no réveillon (casa da irmã dele) e que ele estaria voltando naquela semana. Falei com o Pr Lino que me disse que ele não voltaria em 2015 e eu mesmo assim, fiquei com o pé atrás (deveria ter acreditado no homem de Deus), me programei toda para essa viagem, todos os dias esperando ele voltar, e nada. Ele disse que tentou de todas as formas sair de lá e nos buscar em casa para a viagem, mas, a OM aprontou de tudo para obriga-lo a leva-la para a praia e conhecer a família dele.
A família da OM estava o pressionando para pedir o divórcio e casar com ela, mas, ele me disse que em nenhum momento pensou nisso.
No réveillon, ficamos apenas eu e as crianças. Me senti, humilhada, dentro de casa pensando que eu que deveria estar com ele e não outra naquela noite. Mas, enquanto eu achava que estava sendo humilhada, quem estava na verdade era a OM (seus inimigos se vestirão de vergonha). Ele a levou para a praia com o filho, irmã e uma amiga. Chegando lá, a irmã dele não os deixou ficar na casa dela, quase bateu na OM e os deixou na rua, foram acolhidos por um vizinho que ficou com pena da criança. Voltaram da praia num trajeto de 8hrs de trânsito, todos em silêncio e a OM arrasada e envergonhada. Toda a família dele a desprezou e deixou claro que ela não era bem vinda entre eles.
O Pr Lino tinha dito pra mim que no começo de Janeiro eu teria uma surpresa, mas, eu estava tão cansada e humilhada que eu não acreditava mais.
No dia 08/01, cheguei em casa e dali a pouco meu interfone tocou e era ele. Entrou e me disse: eu estou com tudo no carro, se você deixar eu fico. Eu não sabia o que fazer. Me pediu perdão (o que era impossível no caso dele), que esteve cego durante todo esse tempo, que nos amava e que se eu não o quisesse agora, respeitaria meu tempo. Antes de aceita-lo conversei com o Pr Lino que é minha autoridade espiritual e graças à Deus, ele está em casa.
Ele pediu perdão para minha família e está se dando bem com todos. Estamos orando juntos, jejuando e procurando fazer tudo de forma diferente do que fizemos nesses anos. Me alegro em vê-lo o tempo todo com nosso bebê nos braços e levantando nas madrugadas para ver se ele está bem. Quanto a parte financeira o Senhor está nos fortalecendo e sei que a obra será completa. Deus está suprindo tudo.
Dizer que tudo é um mar de rosas, não posso. O recomeço não é fácil e requer esforço, renúncia, amor, dedicação e acima de tudo: obediência a Deus. O perdão é uma decisão e eu escolhi fazer isso porque é a vontade Deus e só ganhamos em obedecê-lo.
Estou mais madura, aprendi a dividir e abençoar o meu marido, procuro auxiliá-lo e agora entendo o sentido da palavra submissão e o quanto ela me traz alívio por não ter todas as responsabilidades sobre mim. Ele também agora está bem melhor, tem educação para tratar comigo e com as pessoas, não é um Dom Juan, mas, também não é mais aquele homem das cavernas com quem me casei e ele me disse que está se esforçando para melhorar cada dia mais (e está se esforçando mesmo).
Para quem está nessa jornada, posso dizer que é dolorosa, humilhante, mas, que ver sua família reunida é gratificante e renova sua fé, porque vemos e entendemos que Deus estava presente em todos os momentos. Não desista do que Deus tem para você, não abra mão de nada para o inimigo e creia que Deus pode mudar a situação e o coração da outra pessoa.
Essa é a história que o meu Deus escreveu.
“Na minha angústia clamei ao Senhor, e Ele me respondeu; do ventre do Seol gritei, e tu ouviste a minha voz”. (Jn 2.2).
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