“E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno. E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.” (João 10:22-24)
A Festa de Dedicação ocorre cerca de dois meses após a Festa dos Tabernáculos “Sucá” e também é conhecida como o “Festival das Luzes” ou “Chanucá”. A primeira Festa de Dedicação ocorreu na era dos Macabeus e comemorou a limpeza do templo após sua profanação por Antíoco Epifânio. A festa de Chanucá é celebrada durante oito dias, do dia 25 de Kislev ao 2 de Tevet (ou o 3 de Tevet, quando Kislev só tem 29 dias). Durante essa festa se acende uma Chanukiá, ou candelabro de 9 braços (incluindo o central e maior, denominado Shamash, ou servente). Na primeira noite, acende-se apenas o braço maior e uma vela, e a cada noite se vai acrescentando uma vela, até que no oitavo dia o candelabro está completamente aceso. Esse ritual comemora o milagre do azeite, que queimou por oito dias no candelabro do Templo de Jerusalém. Jesus, estando no templo, os judeus o rodearam, o cercaram, questionando, perguntando se Ele era o Messias, o enviado de Deus. Queriam saber se Ele era o Cristo, porque eles tinham uma visão errada da Palavra de Deus, uma vez que queriam e esperavam um libertador de Israel do jugo opressor de Roma, de César. Eles não estavam preocupados com a salvação espiritual, mas com a física, material, e buscavam um salvador para Israel, porque assim como no passado, quando Deus levantava juízes para lutar, guerrear e liderar Israel, eles queriam isso novamente. Apesar de ter a torá, a lei que liam todos os sábados no templo, eles não tinham conhecimento da verdade ou não queriam tê-la, porque, na verdade, eram somente religiosos. Eles queriam saber se Jesus era quem iria libertá-los do jugo de César ou se eles deveriam esperar outro, se Deus ainda iria enviar alguém para libertar Israel. Não conheceram, não reconheceram o Filho de Deus, não atentaram para a Palavra de Deus. “Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em Nome de meu Pai, essas testificam de mim.” (João 10:25). Jesus responde de maneira espiritual, responde de acordo com a Palavra, porque Ele já tinha afirmado que Ele era o Cristo de Deus, mas eles não queriam esse Cristo, queriam um guerreiro humano, um soldado para lutar por eles. Eles não queriam ser libertos dos seus pecados, queriam a libertação de Roma, mas Jesus já tinha mostrado que os milagres que Ele fazia e que nunca tinham sido praticados antes só poderiam ser feitos por Deus, e Ele era o seu Filho.
“Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.” (João 10:26-30). Jesus, por estar falando de maneira espiritual, diz que, como eles pensam de maneira material, racional, eles não são do seu rebanho, porque não entendem, não compreendem o que Ele fala, porque se fossem espirituais, se eles conhecessem a Palavra de Deus e a amassem, saberiam que Ele era o Messias, que Ele era o Cristo de Deus, eles o teriam identificado há muito tempo pelas suas obras. Jesus disse que as ovelhas Dele que foram dadas por Deus o conhecem e sabem que Ele é o Cristo, o Filho de Deus, e que Ele daria a vida por elas, como Ele deu a vida por todos nós, mas só reconhece isto quem realmente é ovelha Dele, que foi dada e escolhida por Deus. Ninguém tem o poder de tirar uma ovelha do Senhor, por tal motivo, quando alguém diz que está se desviando, eu sei que não é ovelha do Senhor, porque quem o conhece jamais o abandona, o mundo ou o diabo não tem poder para seduzi-la. As ovelhas ouvem a voz de Jesus, elas vivem, elas praticam o seu Evangelho e não permitem que se viva de maneira diferente, porque seguem o seu pastor, e não estão esperando um libertador aqui, sabem que já foram libertas do jugo do pecado. Elas não estão esperando ser libertas de sofrimentos, pobrezas, misérias ou outra coisa qualquer aqui, elas sabem que a libertação é espiritual e têm conhecimento de que aqui as lutas, os sofrimentos são esperados na vida dos discípulos de Jesus. Uma vez Ele mesmo disse que aqui teríamos aflições, e também disse que seríamos perseguidos e passaríamos por privações por causa do seu Nome. Portanto, não somos iludidos e sabemos que, assim como o nosso Mestre sofreu, nós também sofreremos, mas sabemos que a nossa vitória está Nele, que viveremos por toda a eternidade ao seu lado, porque Ele é o nosso libertador. Somos ovelhas do seu pastoreio e o ouvimos, reconhecemos a sua voz e o seguimos, mas aquele que vive na desobediência buscando somente soluções e bênçãos aqui não é ovelha Dele e nunca o conheceu, não reconhece Jesus como o Filho de Deus, não o reconhece como o Salvador. “Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.” (João 10:31-33). Esses religiosos apanharam pedras para apedrejar Jesus, na verdade queriam matá-lo a pedradas – a perseguição a Jesus foi constante durante o seu ministério terreno. Mas queriam matá-lo somente pelo fato de Ele ter se declarado Filho de Deus; assim também os religiosos, ou os falsos, se irritam quando falamos que somos filhos de Deus, que somos seguidores de Jesus, porque a maioria, apesar de viver no pecado e na desobediência, acha que também pode se identificar assim, mas esquece que a Palavra fala que filhos são somente aqueles que obedecem, e todo o resto é somente feitura, criatura. “Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a Palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, Aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu Nele. Procuravam, pois, prendê-lo outra vez, mas Ele escapou-se de suas mãos, E retirou-se outra vez para além do Jordão, para o lugar onde João tinha primeiramente batizado; e ali ficou. E muitos iam ter com Ele, e diziam: Na verdade João não fez sinal algum, mas tudo quanto João disse deste era verdade. E muitos ali creram Nele.” (João 10:34-42).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino
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