O Amor que Espera: A Sabedoria do Pai Diante da Rebeldia do Filho
- Pr. Henrique Lino da Silva

- 1 de out.
- 4 min de leitura

“Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. E disse: Um certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus empregados. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e sandálias nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.” (Lucas 15:10-27)
As pessoas fazem muita confusão com esse texto, mas devemos sempre analisar tudo de acordo com a revelação que o Senhor dá a todos os que o buscam. Jesus contou antes a parábola da ovelha perdida, em que o pastor deixou as suas noventa e nove em segurança e foi procurar aquela que tinha se perdido, até encontrá-la, e quando isto aconteceu, colocou-a sobre os ombros e a trouxe de volta. Mas nesse caso é diferente porque o filho não estava perdido, ele se rebelou contra a autoridade do pai e seguiu de maneira consciente para o mundo. Vejam que ele exigiu do pai dinheiro, parte da herança à qual ele não tinha direito, mesmo porque herança só acontece quando os pais falecem, enquanto forem vivos, os bens são deles, e não dos filhos. Naquela época e cultura, quem tinha direito primeiro era o filho mais velho, e esse era o mais novo, portanto, ele não tinha direito de pedir nada, muito menos sendo o seu pai vivo, e ele o filho mais novo. Mas o pai, usando de sabedoria e sabendo o que iria acontecer, e também para evitar confusões e desgaste, deu o dinheiro que o filho exigiu. Assim que ele recebeu o dinheiro, partiu para o mundo, gastando tudo em farras, bebedeiras e prostituição. Portanto, já sem dinheiro e passando por uma crise, ele só conseguiu trabalhar em uma espécie de granja de porcos – e olha que era pecado naquela época se alimentar de carne de porcos, ou seja, era ilegal. Naquela situação e passando fome, queria comer a comida dos porcos, mas nem isso lhe era permitido. Então se lembrou de que na casa do seu pai os empregados passavam bem, recebiam alimentação e cuidado. Nisso caiu sobre ele o arrependimento, o reconhecimento do seu erro. Assim, resolveu voltar humilhado diante do pai, pedindo para ser simplesmente contratado como empregado. Mas o pai, que não foi atrás dele porque não estava perdido, ele tinha se rebelado, simplesmente o aguardava, sabia que ele iria cair em si, iria se arrepender e voltar, e, quando isso aconteceu, o pai o estava esperando. Portanto, não podemos confundir os rebeldes com as pessoas perdidas, porque dos rebeldes não vamos atrás, mas dos perdidos sim. “Mas ele se indignou, e não queria entrar. E saindo o seu pai, rogava-lhe que entrasse com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.” (Lucas 15:28-32).
Leiam e pratiquem a Bíblia, mais especificamente o Novo Testamento.
Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino



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